Ele me dirá que sou imatura
Que sou das marés
Que sou das alturas
Que não me mantenho com os pés no chão
Que sou um vulcão com o meu calor, com o meu pavor da solidão
Que sou um coração antiquado, de velhos modos e crenças
Que é quase uma doença essa coisa de paixão
Estar na mão do outro, contar estrelas, dançar na chuva
Sorrir sem medida, ter fé no mundo, e tudo em vão...
Ele me dirá que não devo ser tão menina
E que meus sonhos são de novela
E que isso tudo só acontece com as donzelas
Dos contos medievais
Ele me dirá, se for capaz,
Que esse absurdo do meu sentir
É na verdade o que lhe encanta em mim
É na verdade o que espanta e atrai
Mas isso se puder admitir
E se render a beleza e incerteza que só o amor traz.
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