terça-feira, 6 de maio de 2008

Ele me dirá que sou imatura
Que sou das marés
Que sou das alturas
Que não me mantenho com os pés no chão
Que sou um vulcão com o meu calor, com o meu pavor da solidão
Que sou um coração antiquado, de velhos modos e crenças
Que é quase uma doença essa coisa de paixão
Estar na mão do outro, contar estrelas, dançar na chuva
Sorrir sem medida, ter fé no mundo, e tudo em vão...
Ele me dirá que não devo ser tão menina
E que meus sonhos são de novela
E que isso tudo só acontece com as donzelas
Dos contos medievais
Ele me dirá, se for capaz,
Que esse absurdo do meu sentir
É na verdade o que lhe encanta em mim
É na verdade o que espanta e atrai
Mas isso se puder admitir
E se render a beleza e incerteza que só o amor traz.

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