quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Quarto do vento 2


Era uma casa antiga, esculpida pelo mar, casa de pescador. Desta vez não havia levado muita coisa. Apenas o necessário. E os meus livros favoritos, necessários também. Precisava reencontrar algum sentido na vida, a busca pela delicadeza. As conchinhas do mar talvez me salvem de mim, ou me joguem nas espumas do oceano. Vou amanhã pisar na areia, tentar achar algum búzio, encostar meu ouvido bem pertinho e tentar entender os segredos do mundo. Se não encontrar, não sei, vou olhar a paisagem e me largar no infinito.

Tarde

Ele sabia ser algo que eu nunca fui, por isso mesmo me interessava. Suas frases soltas, sem compromisso com ideias ordenadas, seu jeans rasgado, e seu All Star branco encardido. Ele sabia mover algo em mim , me tirar da inércia da vida. Sua falta de pretensão era o que me detinha e me abraçava.