sábado, 6 de novembro de 2010


Origem

Se fosse perfeito seria perfeito
Se fosse imperfeito, seria perfeito também...
Mas esse nada de nada
essa falta de eco
de abraço
esse gelo que nao derrete no calor
essa falta de amor permanente
é o que um dia já me fez muito triste
mas hoje já nao me derrota mais

A boca dele

Ele estava mesmo falando outra lingua. Se estivesse falando Mandarim, saberia certamente mais que isso que sei agora. Sua boca fala, seu corpo fala, sua mente fala toda para mim. Que angústia nao entender nada. A boca abre e fecha e assume mil formas. O rosto fica grave, as maos crispadas. Um vento sopra lá fora me distraindo...Olho pela janela e percebo que existe mesmo algum sentido na primavera. Mas ele ainda está lá falando, falando... E eu me sentindo envergonhada, pois o fio da meada foi perdido e agora só sei prestar atençao no vento e nessas cores assumidamente felizes que vejo da janela do nosso quarto.

Toca o sino pequenino...

Remo
sozinha
mesmo
só minha
tento
tontinha
achar razao no mundo.

Segundo o que sinto
até segunda ordem
é esse silencio tocando e repetindo
badalando como um sino
a minha sina de ficar sozinha
de ficar só minha
de repente
no grande e imenso vazio da minha mente.