segunda-feira, 30 de março de 2009

Humanidade

Por que você tem horas, é tão insuportavelmente humano?

domingo, 22 de março de 2009

EXÔDO

Resolvi espantar o pó
Abrir as janelas para o sol espalhar luz
Clarear os cantos sombrios, intocados, guardados...
Calar pensamentos soltos,
Matar fantasmas do tempo.
Em poucos momentos obtive êxito no êxodo.
Visitei outros lugares,
Provei outros beijos,
Tentando em desespero patético
Fugir de nossa magia cristalizada.
Desrespeitei as regras que inventei
De te conservar pra sempre.
E até pensei que fosse livre...
Mas quando vi a foto que você sorria
Como um menino de olhinhos fechados
Me transbordou a saudade
Onde seu sorriso mora agora a todo instante.
Já não tenho como lutar
Jogo a toalha
Não tenho armas
Sinto o gosto de sua falta
E não chega a ser amargo
Pois ainda há esperança.
Foi difícil perceber
Que ainda não vou aonde quero
Ainda não mando em mim
Ainda te espero.

SENTIDO


Lá vai o trem cortando
uma estrada dentro de mim.
Lá vai o trem e eu não digo nada.
calo na melancolia da paisagem, imagem que me invade
tecendo mistérios ...

chove uma chuva bem fina e constante
tocam uma música em tom menor.
depois, um tambor de Folia desmarca o tempo.
um menino tenta andar sem rodinha em sua bicicleta mas
rala o joelho no chão.
um velho me vigia na soleira da porta de uma casa azul.
um pôr de sol lilás atrás do monte
dentro de mim...
Ao longe, bem ao longe,
ouço o meu coração batendo.
ao longe, bem ao longe
uma canção compassada que se aproxima me enredando...
ouço seu riso que tanto preciso esquecer...
corta a quietude da estrada e até o barulho do trem.
Sua presença pára a chuva e
levanta o menino do chão.
O Velho na soleira apenas entende o que viu tantas vezes e sorri como se fosse me dizer : não tem jeito.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Pensei que fosse o céu
Vander Lee
Composição: Vander Lee



Estou aqui mas esqueci.
Minha alma num hotel
Meu coração na caneta
Meus desejos num papel
Eu vinha sem retrovisor
Um rosto estranho me chamou
E a minha pele não me coube mais
A sorte veio e me encontrou
Na corda bamba do amor
Meus dias nunca mais serão iguais
Estava ali, me confundi
Pensei que fosse o céu
O azul do mar me chamou
E eu pulei de roupa e de chapéu
A onda veio e me levou
Desse lugar e agora eu souUma ilusão,
a solidão é meu troféu
Aquela foto amarelou
O riso no meu camarim
Felicidade bate a porta
e ainda ri de mim

terça-feira, 10 de março de 2009

Para Dançar a vida


Eu vim dançar
com ou sem par.
Eu vim viver
e estrear a cada instante.
Amante do palco
eu sigo adiante
com música, harpa e sonhos.
Quero as minhas melhores risadas
as gargalhadas
soltas em mim.
Sou assim
e acho graça
no sorvete da esquina
na menina que sou
quando já não sou menina.
Sou assim,
e acho graça
no sol de manhã
na estrela cadente
no" jogo do contente'
no confete, na cuíca.
Na valsa de fim de tarde
cultivo a melancolia
que dança por pouco tempo em meu pensamento
mas resolve tudo que há...
Sou assim
e acho graça
Sou assim
Feita para mim
Com dor, alegria ou ferida
eu vim para dançar a vida.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Entrega

Estou tão cansada hoje, que apenas deitaria ao seu lado, sem dizer palavra. Apenas esperaria ser compreendida sem ter que dizer nada.
"Eu não sou boa nem quero sê-lo, contento-me em desprezar quase todos, odiar alguns, estimar raros e amar um." Florbela Espanca

Comentário inútil: Qdo li, pensei, tenho que guardar essa pérola aqui no meu blog. rs. Só podia ser Florbela...

segunda-feira, 2 de março de 2009

A conversa das mãos


Elas dizem mais que qualquer parte da gente
quando se entrelaçam.
Conversam, dançam, queimam.
A minha e a sua, juntas.Quanta intimidade misturada...
Se tocam, se apertam, e ficam no silêncio, às vezes.
Na delícia constrangida do silêncio das palavras,
quando nossas bocas ficam mudas,
é quando repousam nossas mãos.
Se aquecem com força, num aperto solene
e se calam no tempo,
tentando tocar a eternidade.

De Juliana Caymmi
Por que desabo em sentimentos que deságuam num mar que não sei onde fica?Há sempre uma angústia esperada, um desespero contido, um certo risco calculado, o salto, o salto...Como pode ser tão escuro o instante antes da luz? Posso ouvir agora o meu coração tão forte. Existem paisagens por aí para que meus olhos vejam e há tanto livros nao lidos...Mas posso sempre me repetir, nesse momento em que abro os braços. Nesse momento em que te espero e posso ser grande. Posso ser grande e me diluir no tempo.O beijo explica muita coisa não dita. Se tudo fosse simples como o girassol, ou o sorriso do meu filho...Se tudo pudesse ser dito, eu seria capaz de voar.Eu seria capaz de voar porque eu já sei voar.Sempre soube...
Constatei uma coisa hoje... a minha cafonice é que me salva.
"PALHAÇO"- Egberto Gismonti e Geraldo Carneiro

De noite na rua em frente ao parque
A minha solidão é sua
De certo sei que vc vaga em qualquer parte
Sob essa fada lua
A noite esconde as cicatrizes
Esconde as carícias e os maus tratos
De noite alguém de certo lhe ampara
Por onde hoje vc anda
Mas sem olhar sua ciranda louca daquele jeito
Ele desmascara
A noite esconde as cicatrizes
Esconde as carícias e os maus tratos
Agora bêbada vc estremece
Como se ainda não soubesse
Em frente a porta desse bar em que embarca
Sob essa vaga lua
E a luz da lua pura nitidez da marca
Mais nua, mais clara, mais crua

domingo, 1 de março de 2009

... é que um abraço pode iniciar canções dentro da gente.