sábado, 24 de outubro de 2009

Deixa, deixa, deixa, deixa, que eu seja só coração!

DA VIDA

Tudo o que disser será óbvio

Então não deveria ser dito

E mesmo assim há essa patologia

Essa necessidade

Esse vício estranho de tentar dissolver angústias.

Acendo o abajur, uma luz indireta me convém

Um uísque também nada mal, mas beber sozinho me arrebenta de culpa e é estranho.

Chet Baker e um sofá

Piazolla em seguida

Não cortarei meus pulsos

Apenas quero escorrer essa tristeza até a última gota

Espremê-la

Tomá-la numa taça

É melhor mesmo ir logo ao seu encontro

Evitá-la seria mesmo inútil

Me sinto sua presa fácil

Um minotauro que a passos lentos, anda calmamente atrás de mim

Com a velha certeza de conhecer todos os meus labirintos

Com a velha certeza que sempre me alcançará

Pois, já aprendi

Não há porque lutar

Me entrego sem me render

Até que tudo vá embora

Como um pequeno tornado

E depois fica aquele silencio e alívio

Um alívio quase-paz

Deixo, venha!

Depressa, venha

Faça logo o seu estrago

Mas me liberta de uma vez

Me consola de uma vez

Me acalma

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Hoje

Hoje, absolutamente tudo me parece ridículo.