domingo, 4 de dezembro de 2011
BENQUERENÇA
ÁGUA E AR
Sou de um jeito menos ar
Água que flui, entra por todos os lugares...
Fui me derramando por aí, até desaguar em você.
Num encontro com a força da natureza, dos sonhos de Deus.
Tudo o que eu fui se refaz e te faz rir
Contraste com sua razão “desrazão”.
Ar que me toma ,ar que me falta, ar que ocupa meus cantos
Me preenche, me dá a vida num gesto,
Me dá a vida num beijo.
As minhas manhãs são agora mais cheias de riso e de cor
Nessa dança, “Nossa dança”...
Eu agora tenho par para dançar a vida.
Talvez
O barulho do ventilador. Contínuo.
Uma noite quente como outra qualquer, mas diferente...
Um zumbido de mosquito, no ouvido.
O sono é uma promessa na noite escura.
Seu rosto vaga pelos meus pensamentos
E seus olhos se mantêm no espanto.
E como um santo, você vai pro altar,
Onde eu rezo a minha reza cega
E ouço cânticos de agonia.
Hoje sou o que era ontem, mas diferente.
Hoje a sua idéia existe, vem e vai, insiste.
Mas de repente estou mais resistente
E seu manto vai se desfazendo
E seu olhar aos poucos escurecendo
E você vai se distanciando
E vai sumindo como em uma névoa
Como uma agulha dentro de um palheiro
Como a formiga no açucareiro.
E já não sou aquela que suplica
Aos pés da tua cruz que eu tanto carreguei
Talvez você não me visite mais
Talvez , talvez, talvez, talvez...
ELE
Os que enxergam esse sol em você
Não podem ver a lua branca e cheia dentro do seu peito.
Há uma inesperada tristeza que te leva.
Mas nada que não volte depois para o mundo
E suas cores vibrantes.
Uns olhos noturnos que me puxam com força.
Seu corpo que me puxa com força.
Seu beijo que não me deixa voltar para o que eu era antes.
Há um céu que se abre
Há um riso guardado para mim
Uma estrela que só brilha quando estamos juntos.
A alegria de renascer
Dentro desse espaço
De abrigo, de abraço
De poder ser
o que se quer ser