O barulho do ventilador. Contínuo.
Uma noite quente como outra qualquer, mas diferente...
Um zumbido de mosquito, no ouvido.
O sono é uma promessa na noite escura.
Seu rosto vaga pelos meus pensamentos
E seus olhos se mantêm no espanto.
E como um santo, você vai pro altar,
Onde eu rezo a minha reza cega
E ouço cânticos de agonia.
Hoje sou o que era ontem, mas diferente.
Hoje a sua idéia existe, vem e vai, insiste.
Mas de repente estou mais resistente
E seu manto vai se desfazendo
E seu olhar aos poucos escurecendo
E você vai se distanciando
E vai sumindo como em uma névoa
Como uma agulha dentro de um palheiro
Como a formiga no açucareiro.
E já não sou aquela que suplica
Aos pés da tua cruz que eu tanto carreguei
Talvez você não me visite mais
Talvez , talvez, talvez, talvez...
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