domingo, 4 de dezembro de 2011

Talvez

O barulho do ventilador. Contínuo.

Uma noite quente como outra qualquer, mas diferente...

Um zumbido de mosquito, no ouvido.

O sono é uma promessa na noite escura.

Seu rosto vaga pelos meus pensamentos

E seus olhos se mantêm no espanto.

E como um santo, você vai pro altar,

Onde eu rezo a minha reza cega

E ouço cânticos de agonia.

Hoje sou o que era ontem, mas diferente.

Hoje a sua idéia existe, vem e vai, insiste.

Mas de repente estou mais resistente

E seu manto vai se desfazendo

E seu olhar aos poucos escurecendo

E você vai se distanciando

E vai sumindo como em uma névoa

Como uma agulha dentro de um palheiro

Como a formiga no açucareiro.

E já não sou aquela que suplica

Aos pés da tua cruz que eu tanto carreguei

Talvez você não me visite mais

Talvez , talvez, talvez, talvez...

Nenhum comentário: